A chamada “reforma ministerial” prometida pela Presidente Dilma é apenas mais um ato do triste espetáculo que seu governo nos oferece. Não se trata de uma súbita tomada de consciência por parte da Presidente, que passou a reconhecer a ineficiência de sua gestão ou o gigantismo da estrutura de seu governo. Trata-se de atender a dois claros objetivos: passar a ilusão de que está “cortando na própria carne” e buscar o apoio de antigos aliados, insatisfeitos com o pouco poder que lhes foi dado até hoje.
Acontece que a prateleira de cargos e vantagens está cada vez mais vazia e a demora nas decisões revela a dificuldade da Presidente em acomodar mais gente em menos espaço. Cria-se um círculo vicioso. O preço cobrado por esses “aliados” tende a aumentar a cada dia, pois o custo político de apoiar um governo impopular, como esse, vai exigir cada vez mais compensações. O que deveria ser a única razão de existir de um Ministério, como o da Saúde, por exemplo, responsável por garantir um dos serviços essenciais à população, parece ser a última prioridade desse governo. Pelo visto, resolver os problemas da sociedade é o que menos importa agora para a Presidente e seus aliados.
Sem o menor constrangimento ou pudor nas negociações, ela (a Presidente) busca apenas acomodar os interesses. “Reajustar os preços” a serem pagos em troca do apoio. E quem seriam essas pessoas, os novos ministros? Que experiências têm no setor que comandarão e quais suas propostas para o futuro? E se os atuais não serviam, porque estavam lá? A falta de respostas para perguntas como essas revela o total despreparo e desespero da Presidente Dilma Rousseff, frente à crise política. Desse jeito, é difícil acreditar que a mudança de nomes ou partidos no comando deste ou daquele ministério vai fazer alguma diferença.
Reforma tem que ser feita em benefício dos brasileiros, não do governo ou de seus aliados.