Tudo que é feito (ou mal feito) em Brasília, tem reflexos por todo o Brasil. Em relação ao Ceará, somente esta semana, algumas notícias me causaram especial preocupação: o alarmante nível dos reservatórios de água do Estado; a queda significativa na produção industrial; a redução nos investimentos em Fortaleza, onde a inflação nos últimos doze meses atingiu 9,5%; e a queda do PIB do último trimestre, superior ao dobro do registrado no Brasil.
Tudo isso é resultado de governos totalmente inoperantes, que se preocupam somente com coisas que não tem nada a ver com o dia-a-dia dos cearenses. A incompetência do Governo Federal e sua crescente falta de credibilidade junta-se ao costumeiro descumprimento das promessas dos governos do PT, principalmente no enfrentamento de problemas que pensávamos já estar superando.
Antes, com o sacrifício e a colaboração de algumas gerações de cearenses, conseguimos equilibrar as contas, implantando um governo cuja seriedade atraiu a confiança e o investimento de dezenas de empresas, gerando empregos e desenvolvimento. Com o Porto e o pólo industrial do Pecém, lançamos as bases para receber indústrias em torno da promessa de uma refinaria, que naufragou no mar de lama da Petrobras. Com o açude Castanhão e a integração das bacias, o Ceará há muito tempo, está pronto para receber as prometidas águas do São Francisco, que nunca chegaram. É como se os cearenses fizessem sua parte em uma obra que se vê ameaçada porque o Governo Federal não faz a sua.
Agora, o descontrole de gastos, a falta de planejamento e a inversão de prioridades começam a cobrar seu preço. Não há mais espaço para aventura ou demagogia na administração dos poucos recursos de que dispomos. As contas públicas não suportam mais tanta incompetência. A própria Presidente da República dá o pior exemplo à nação ao enviar ao Congresso uma proposta de orçamento em que confessa não saber de onde retirar recursos para pagar as contas do seu (des) Governo. E os orçamentos de boa parte dos Estados também não refletem a realidade das suas contas. Poucos estão em condição de tomar novos empréstimos ou, mesmo, obter garantias da União em operações de financiamento no exterior.
Nesse quadro de absoluta desconfiança, ninguém quer investir. E sem investimento, reduz-se a atividade econômica, gerando desemprego e inflação. Os serviços públicos, que já não tem a qualidade que gostaríamos, tendem a piorar. Seja por falta de recursos ou pela insatisfação do funcionalismo, que não tem seu trabalho reconhecido.
Os cidadãos, ao baterem às portas de hospitais lotados ou escolas sucateadas, ou quando evitam sair de suas casas com medo da insegurança, já sabem a quem cobrar. O (des)governo do Brasil tem nome e endereço: Dilma Rousseff e Palácio do Planalto.