Pela segunda vez na vida, participo de um processo de Impeachment. Hoje, como em 1992, vislumbro que, independentemente da inquestionável responsabilidade dos Presidentes, há nos dois episódios um elemento comum: o fracasso de um modelo político que se exauriu e está na raiz das diversas crises que nos atingem.
Infelizmente, a Presidente Dilma Rousseff não reúne mais o mínimo de condições necessárias para governar o país. Não dispõe de credibilidade interna ou externa, não conta com sustentabilidade política, e não consegue hoje nem ao menos atrair lideranças políticas ou quadros técnicos para compor um ministério minimamente capacitado.
A realidade é que este governo chegou ao fim, antes mesmo do julgamento final do processo pelo Senado Federal.
Virada essa página da história, o nosso maior desafio será a construção de um novo modelo político, com reformas que realmente enfrentem os graves problemas que atingem os brasileiros. Sem elas, novas crises virão e estaremos diante do risco de que o povo brasileiro, cansado de tantos fracassos, passe a descrer na democracia.
Continuo acreditando firmemente que é possível fazer política com ética, transparência, decência e dignidade.