Nada está tão ruim que não possa piorar. Essa semana tivemos dois acontecimentos que demonstram que esse antigo adágio popular é uma realidade no Brasil. A já pequena credibilidade do Governo se deteriora cada vez mais, por incrível que pareça, por culpa do próprio governo. O governo trabalha contra ele mesmo, quando permite um processo de gradativa desmoralização do seu Ministro da Fazenda. Havia em torno de sua imagem de técnico competente toda uma expectativa positiva, que se esvai quando ele é diariamente desautorizado pelo próprio governo. Foi o que aconteceu no episódio da recriação da CPMF, que foi anunciada no fim de semana, para ser desmentida dois dias depois. A sociedade percebe a situação de desgoverno, de descontrole, ninguém sabe quem realmente está comandando a economia. Sem confiança, o setor produtivo não investe e sem investimento, não pode haver crescimento.
Mais grave foi o episódio do orçamento, uma peça essencial para qualquer governo. Ali o Poder Executivo diz o que vai fazer, onde vai aplicar o dinheiro da população, quais são suas prioridades. É em essência, a forma de governar. E governar, muito mais que um direito, é um dever. Ao enviar ao Congresso Nacional uma proposta de orçamento em que admite publicamente que não terá dinheiro para arcar com os seus compromissos no ano seguinte, com um rombo de mais de R$ 30 bi, a Presidente Dilma Roussef simplesmente declara que renunciou ao seu dever de governar o país. Confessa e assume publicamente que não soube administrar o Estado brasileiro de forma financeiramente equilibrada e fiscalmente responsável.
Dilma abandona seu dever, foge de suas responsabilidades, buscando se livrar da obrigação de encontrar soluções para os problemas que ela mesma criou. No pior momento de uma grave crise, covardemente lava as mãos, jogando para o Congresso o desgaste de ter que cortar despesas ou aumentar a carga tributária, como se não fosse responsabilidade dos Governos do PT, todo o caos que se instalou na política e na economia. Não têm humildade para assumir seus erros e nem coragem para tomar decisões. Com esta proposta de orçamento, o governo do PT confessa que quebrou o Estado brasileiro, que não tem a solução para isso e o pior, renuncia ao seu dever de governar.
Assista: